Na manhã deste dia feriado fomos à procura dos encantos de Sintra.Depois de nos reunirmos no largo de S. Pedro de Sintra, onde, ao 2º. e 4º. domingo de cada mês, se realiza uma interessante feira secular,iniciámos uma caminhada através duma calçada ladeada por frondoso arvoredo,que nos levou à igreja de Santa Maria, um edifício em estilo romano-gótico, erguido no séc. XII por determinação de D. Afonso Henriques.De passagem pelo Parque da Liberdade tivemos oportunidade de apreciar, entre uma enorme variedade de plantas, árvores e flores, algumas peças representando animais que fazem parte do imaginário dos "pequenotes"e saímos pelo portão que dá acesso ao Palácio de Valenças, considerado ainda hoje um edifício romântico, onde esteve instalada a Biblioteca Municipal de Sintra desde 1936 até 2003.Após ultrapassarmos o Palácio da Vila, conhecido pelo seu conjunto de azulejos e dominado por duas chaminés geminadas, que coroam a cozinha e constituem o ex-libris de Sintra,uma cascata de alvas águas,antecedia o caminho para a Quinta da Regaleira, lugar com espírito próprio, edificado nos primórdios do Século XX, ao sabor do ideário romântico. Este fascinante conjunto de construções, nascendo abruptamente no meio da floresta luxuriante, é o resultado da concretização dos sonhos mito-mágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), aliados ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).Seguiu-se o Palácio de Seteais, que foi construído no séc. XVIII para o cônsul holandês Daniel Gildemeester, numa porção de terra cedida pelo Marquês de Pombal.Numa varanda deste palácio divisa-se uma esplendorosa vista da várzea de Sintra que se estende até ao mar.A partir deste local o grau de dificuldade do nosso passeio aumentou pela necessidade de vencer uma íngreme subida,que só terminou junto ao jardim da Pena, que envolve o palácio com o mesmo nome e onde podem encontrar-se mais de duas mil espécies vegetais, algumas delas raríssimas, como é o caso das araucárias e das magnólias gigantes. Neste jardim marcado por um estilo declaradamente romântico existem inúmeras grutas, fontes, lagos, estátuas e pequenos palacetes.Sobre um maciço rochoso isolado num dos cumes da serra ergue-se o Castelo dos Mouros, que remonta ao período de domínio islâmico e às conquistas de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Embora a escassez de tempo não tivesse permitido que caminhassemos ao longo das suas serpenteantes muralhas, apercebemo-nos da sua importância estratégica na época em que foi edificado.De seguida passámos pelo portão que dá acesso ao Palácio Nacional da Pena, que se integra no tecido natural de verdura e penedia, atestando as potencialidades estéticas do projecto. O Palácio remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885) adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete, segundo a sua apurada sensibilidade de romântico.Deixámos o Palácio da Pena para trás e caminhámos através da Tapada do Shore até Santa Eufémia, onde existe uma capela, infelizmente em mau estado de conservação, erigida para assinalar a putativa aparição daquela santa, no ano de 1787.Depois de descermos a calçada em direcção a S. Pedro de Sintra, concluímos a caminhada numa extensão de 7,5 kms, em cerca de duas horas e meia em perfeita simbiose com a natureza,convencidos que Sintra, além de possuir várias edificações históricas, tem realmente um conjunto de encantos naturais, que justificam que os seus visitantes dediquem algum do seu tempo a descobri-los.
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