Se há um ano pedíssemos aos portugueses uma opinião sobre o Dr. Fernando Nobre, certamente que maioritariamente seria reconhecido o seu elevado grau altruísta materializado na missão da AMI - Assistência Médica Internacional.
O Pai do Bicho não crê que hoje essa opinião se mantenha. O Dr. Fernando Nobre já andou de braço dado com o PPM, foi mandatário do Bloco de Esquerda nas eleições europeias em 2009 e candidato à Presidência da República nas eleições de Janeiro último. Demarcou-se dos partidos políticos e chegou a afirmar que nunca aderiria a qualquer deles. Defendeu o exercício de cidadania e uma forte intervenção política dos cidadãos à margens dos partidos políticos. Por tudo isto os portugueses concederam-lhe 14% dos votos nas últimas eleições presidenciais.
Esta semana, o Dr. Fernando Nobre aceitou integrar, como independente, as listas de candidatos a Deputados do PSD, encabeçando a lista pelo distrito de Lisboa e foi anunciado como putativo candidato a Presidente da Assembleia da República.
Esta notícia trouxe a desilusão a quem acreditava no espírito de missão e numa participação desinteressada e independente na política por parte do fundador da AMI.
Passos Coelho (O Obama de Massamá, como lhe chama Felícia Cabrita, na sua biografia), deu um tiro no pé ao convidar o Dr. Fernando Nobre. Porquê? Os votos conquistados pelo nobre médico nas eleições presidenciais não serão transferíveis para as legislativas porque os eleitores que contribuíram para os 14% que alcançou nas últimas eleições não votarão no lado avesso da casaca que o Dr. Fernando Nobre vestia em Janeiro passado. Também não é crível que esta escolha seja pacífica no seio do PSD, porque o lugar de cabeça de lista pelo maior circulo eleitoral é sempre muito apetecido e disputado por "barões", "duques" e "condes" do partido. Acresce o Dr. Fernando Nobre parece não ter o perfil adequado para um bom desempenho na presidência do Parlamento. Esta nobre função exige uma figura prestigiada, disciplinadora, conciliadora, com discurso fluente e suficientemente experiente para não "aparar golpes manhosos" de parlamentares profissionais contaminados pelo ar viciado de S. Bento.O Dr. Fernando Nobre perdeu a face e deixou cair a máscara ao optar por engrossar a fileira dos que querem servir-se da política. Terá sido por vaidade?
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