quinta-feira, 27 de maio de 2010

O POVO E A CRISE


O povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser do Sporting, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.

O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstico, não acho mal. As pessoas têm direito à sua fé.

O povo vai à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma, não acho mal. As pessoas têm direito ao patriotismo.

O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos. O povo não reage. Não sai à rua. Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook.

É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima à reivindicação dos seus direitos a mesma força que imprime à manifestação das suas paixões."

Um país onde se admite a possibilidade de taxar o subsídio de Natal, ou mesmo acabar com ele, mas que gasta de dinheiros públicos para TGV, altares, estádios de futebol, frotas milionárias para gestores públicos, salas de fumo no Parlamento, reformas obscenas a quem trabalha meia dúzia de anos ou nem tanto, etc... é um país pobre, de facto.

Mas de espírito, antes de mais.
Será que ainda ninguém reparou que já não vivemos em Democracia, mas em partidocracia?

Para quando outro Maio de 68?

(Fonte: e-mail C.Teixeira)

Sem comentários: