sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A "SORTE" BAFEJOU TIMOR... E NÓS?

Portugal precisa de "sorte"?
Será que a esperança do nosso país sair da crise nasce, tal como o sol, a oriente?
Depois da China se mostrar interessada em comprar dívida pública portuguesa, eis que, inesperadamente, também Timor se mostrou disponível para ajudar Portugal a ultrapassar a crise.
Se relativamente à China todos reconhecem que o "tigre adormecido" despertou e é hoje considerada a segunda economia mundial, não era expectável que Timor dispusesse de uma desafogada situação financeira que lhe permitisse gesto tão "altruísta".
Acontece que existe petróleo no mar de Timor e à luz da diversificação de investimentos do Fundo do Petróleo timorense, a compra de dívida pública portuguesa se revela indubitavelmente rentável pela elevada taxa de juros que presumivelmente irão cobrar. Daí que este acto de solidariedade não passe de um negócio, talvez bom para ambas as partes, mas que não deve ser confundido com altruísmo ou atitude similar.
Num passado não muito distante, a nossa ex-colónia mais longínqua necessitou do auxílio humanitário e económico de Portugal, mas o "deus ouro negro" operou o "milagre" de reverter a situação. A "sorte" bafejou Timor.
Este exemplo que os mais sensatos julgariam impossível, permite-nos acalentar a esperança de uma saída feliz da actual crise pois, como diz o povo, "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe".
Se quebrarmos o impasse na prospecção e exploração de gás natural nas águas profundas da costa do Algarve; se explorarmos convenientemente a nossa ZEE; se investirmos criteriosamente na agricultura; se intensificarmos a aposta nas altas tecnologias; se apostarmos verdadeiramente no "conhecimento", educação e cultura; se tivermos a preocupação de investir prioritariamente na produção de bens transaccionáveis; se combatermos eficazmente a corrupção, especulação e o desperdício; se abandonarmos a ideia de que somos exclusivamente um país de "serviços" (em que apenas vendemos coisas uns aos outros); se o governo efectivamente governar; se tivermos "sorte"...
Venceremos a crise.
Apenas um pormenor:
TER "SORTE" DÁ TRABALHO!

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