domingo, 9 de janeiro de 2011

QUELUZ TAMBÉM TEM HISTÓRIA

O espaço onde outrora existiu uma enorme tapada, encontra-se actualmente preenchido pelo Palácio Nacional de Queluz, um parque urbano, o bairro Conde Almeida Araújo, um quartel, a pousada D. Maria I, o Palacete de Pombal, o Casal dos Afonsos e a Matinha de Queluz. Este rico património constituiu, só por si, motivação suficiente para aí realizarmos o nosso primeiro passeio de 2011.Depois de reunirmos o grupo de 21 elementos aos pés da estátua de D. Maria I,iniciámos o passeio matinal observando o canal dos azulejos no interior dos jardins do Palácio Nacional de Queluz.Prosseguimos pelo parque urbano,cujo excelente estado de conservação merece particular destaque,e a ribeira do Jamor, que o atravessa, constitui um agradável espaço de lazer para uma família de patos.Ao abandonarmos o parque urbano não pudemos deixar de reparar numa velha azenha que aproveitava o curso das águas da ribeira já referida.De seguida entrámos no Bairro Conde Almeida Araújo, também designado por Bairro do Chinelo, já que a maior parte dos residentes eram artífices e um deles tinha uma oficina de chinelos. A construção deste bairro teve como finalidade alojar os empregados da família real.Consta que em 1957, a rainha de Inglaterra veio a Queluz. Salazar queria uma recepção maravilhosa, onde tudo parecesse perfeito. A rainha Isabel seria recebida no largo do Palácio de Queluz. Mas infelizmente para o ditador, em frente do Palácio ficava o Bairro Almeida Araújo. Nesses tempos, este bairro era considerado um ponto negativo da, antigamente considerada, aldeia de Queluz. Por conseguinte, plantaram árvores, construíram muros e outros obstáculos para evitar a visualização do Bairro, por parte da Rainha.À saída do Bairro do Chinelo deparámos com um majestoso chafariz, de extrema utilidade para a população local, na época em que a água canalizada estava longe de se banalizar.Depois de atravessarmos o IC19 através da ponte pedonal,prosseguimos a caminhada na Matinha de Queluz, que possui entre as inúmeras espécies arbóreas espontâneas um povoamento relíquia de sobreiros e outra vegetação natural, sendo entendida, no meio científico, como uma potencial reserva genética.Chegada a hora do habitual e necessário aconchego estomacal,nem sequer faltou o "tinto da Serra da Estrela" gentilmente oferecido pelo João Ramose uma bola bem recheada com bacom, superiormente confeccionada pela Zé Nascimento.De "papinho cheio" continuámos através de caminhos rodeados de densa arborizaçãoe aproveitámos uma clareira, que os raios solares iluminavam na sua plenitude, para darmos as boas vindas aos estreantes Luís, Célia, Paula, Irene II*, Irene III*, Eduardo e Elvira.Depois de ultrapassarmos uma curiosa árvore com troncos múltiplos,aproximámo-nos da saída desta tapada, que constitui um espaço onde nos séculos XVIII e XIX a família real promoveu caçadas e actividades lúdicas e, actualmente, possui elevado potencial para actividades de recreio e lazer, que merece ser fruído pela população.Ainda não tinham batido as 12 badaladas no relógio da torre da pousada D. Maria I, já o grupo dava por concluído um agradável passeio com cerca de 9 kms., em que S. Pedro decidiu colaborar oferecendo uma manhã isenta de chuva e com temperatura amena.O passeio matinal "morreu" no local onde "nascera" - o Palácio Nacional de Queluz. Esta edificação foi mandada construir por D. Pedro de Bragança, irmão de D. José I em 1747, para ser utilizado pela família real como recanto de Verão. Serviu também como um discreto lugar de encarceramento para a rainha Maria I enquanto a sua loucura foi piorando. Após o incêndio que atingiu o Palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz tornou-se a residência oficial do príncipe regente português, o futuro D. João VI, e de sua família. Permaneceu assim até à fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal. A partir de 1826, o palácio deixou de ser o predilecto pelos soberanos portugueses. Após um grave incêndio em 1934, que destruiu o seu interior, o Palácio foi restaurado e hoje está aberto ao público como um ponto turístico. Uma das alas do Palácio de Queluz, o Pavilhão de Dona Maria, é hoje um quarto de hóspedes exclusivo para Chefes de Estado estrangeiros em visita a Portugal.* - Hoje "debutaram" as Irenes II e III. A Irene I já faz parte do grupo há inúmeros passeios, mas hoje esteve ausente.

1 comentário:

ldr disse...

Sugiro que para a próxima visitem ainda a Quinta Nova de Queluz, a Pastelaria Marianita (pasteis de nata) e os Fofos de Belas.