terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DA REAL BARRACA AO PALÁCIO DA AJUDA

A família real escapou ilesa a uma catástrofe que dizimou grande parte da população de Lisboa e que tanto impressionou a Europa do tempo, o terramoto de 1755.
A feliz circunstância, que beneficiou os monarcas, foi o facto de se encontrarem em Belém, uma das zonas da capital cujo solo, de características basálticas, evitou o desmoronamento de muitos edifícios.
Em consequência da derrocada do Paço da Ribeira no Terreiro do Paço, os monarcas decidiram escolher como local de residência a zona de Belém-Ajuda, sendo que, apavorado com o terramoto, D. José não quis mais habitar em casas de pedra.Por isso, mandou ereger no alto da Ajuda, local de pouca actividade sísmica, um palácio de madeira e pano, a que se chamou Real Barraca ou Paço de Madeira, onde a Família Real viveu entre 1755 e 1794.
Por descuido de um criado com uma candeia, deflagrou um enorme incêndio, corria o ano de 1794, que destruiu completamente a Real Barraca e grande parte do seu valioso recheio - mobiliário, pinturas, tapeçarias, ourivesaria - é totalmente consumido pelo fogo.Em 1795, o Príncipe D. João aprova a construção de raiz de um novo palácio no local onde existira a Real Barraca. A construção do novo edifício é interrompida em várias ocasiões dados os recorrentes problemas, a nível nacional, de ordem financeira e, até aos dias de hoje, só foram concluídos dois terços do projecto.
Depois da proclamação da República em 1910 o Palácio da Ajuda fica encerrado, reabrindo em 1938 como Museu, reunindo importantes colecções de séc. XV.
Em dois pisos distintos deste Palácio encontram-se os apartamentos privados e as salas nobres para os dias de gala.
Hoje, tal como durante a monarquia, é utilizado pelo Estado português para cerimónias oficiais e o seu museu contem um verdadeiro e único espólio de artes decorativas com colecções que vão do séc. XV ao séc. XX

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