terça-feira, 1 de março de 2011

BUCOLISMO E ENCANTO NO VALE DA CABRELA

No domingo passado caminhámos através do Vale da Ribeira da Cabrela.Este profundo local idílico encontra-se encaixado entre o planalto do Casal Sequeiro (Montelavar) e Odrinhas.No centro do vale corre a Ribeira da Cabrela. Este curso de água nasce no Algueirão, a uma altitude de 280m, sob o nome de Ribeira dos Ferreiros. Junto à base aérea nº1, a ribeira toma o nome de Ribeira da Granja até chegar à EN9. Após cruzar a estrada nacional, a ribeira toma o nome de Ribeira de Fervença, e uns 3 km adiante denomina-se Ribeira da Cabrela. Desagua depois na Ribeira de Cheleiros e, percorrendo uma grande extensão do concelho de Mafra, forma a bacia hidrográfica do Rio Lizandro.O céu limpo e a temperatura amena convidavam a caminhar, quando cerca das 9h00 partimos do Museu Arqueológico de S. Miguel, em Odrinhas,contando com 3 estreias e um regresso nestas andanças; foi o caso do Carlos e Susana,e da Ana, que o Luís conseguiu arrancar à profundeza dos lençóis. A Paula (a loirinha) regressou ao nosso convívio após prolongada ausência.Depois de ultrapassarmos vários muros construídos com pedras sobrepostas, cuja utilidade seria demarcar antigas courelas,percorremos uma descida escorregadia devido à irregularidade do piso,que nos levou a uma ponte romana, constituída por lajes de apreciáveis dimensões, que permitia aos nossos antepassados a travessia da Ribeira da Cabrela.Seguiu-se uma caminhada ao longo da margem esquerda da ribeirae foi sob frondosas copas de choupos, carvalhos e outras arvores que, tranquilamente, mastigámos a habitual "bucha", enquanto escutávamos o murmúrio das águas.Após a ligeira refeição, trepámos por uma íngreme e prolongada subidaque nos conduziu à vetusta aldeia de Broas.Para quem não conhece esta aldeia, ou mesmo para quem já a conhece, é como entrar no ambiente de um típico povoado genuinamente saloio, cuja origem remonta à Idade Média (séc.XVI, 1527) e que foi abandonado pela sua última aldeã – a Ti Jaquina – em 1969.A sua localização isolada ditou o seu lento afastamento da civilização e o início da sua existência “fantasma”.Já no regresso, divisámos ao longe a povoação de Cheleiros,e apreciámos a vertente agrícola desta região mafrense.Atravessámos Almorquim, uma aldeia que se enquadra no bucolismo dos terrenos que pisámos durante o percurso, onde não faltou um fotogénico rebanho que não se atemorizou perante as câmaras fotográficas.Almorquim ficou para tráse seguiram-se os moínhos do Funchal, sentinelas silenciosas ao vento que, vigiadas à distância pelo monumental Convento de Mafra, assistiram à nossa passagem.E pronto. O nosso passeio terminou junto ao museu de Odrinhas e mais uma vez foi gratificante verificar que o grupo está a crescer. Os estreantes tiveram uma prestação formidável, numa caminhada que rondou os onze quilómetros, num terreno por vezes difícil. Parabéns para eles!

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