Nos últimos anos da minha adolescência habituei-me a ouvir falar de Daniel Cabrita, famoso sindicalista que na fase marcelista do antigo regime lutou intensamente na defesa dos interesses dos trabalhadores da banca, a cujo sindicato presidia.Soube através da imprensa que este incansável lutador se vai reformar aos 70 anos e que apesar de ser co-fundador da CGTP (cuja tutela tem sido exercida pelo PCP), ocupou ao longo de 30 anos o mesmo cargo nesta Central Sindical nunca conseguindo ser seu dirigente.
Sendo militante do PCP desde 1964, este foi o preço que pagou por não ter sido suficientemente forte para resistir às torturas infligidas na prisão por famigerados agentes da PIDE/DGS em consequência de uma alegada traição de um quadro clandestino do PCP.
A resistência do ser humano tem limites que alguns dirigentes do PCP parecem desconhecer e aqui impôe-se questionar:
- Aqueles que colocaram Daniel Cabrita na sombra de uma vida politico-sindical activa teriam resistido às mesmas torturas a que ele foi submetido?
- A fidelidade a uma causa poderá ser aferida pela incapacidade física ou mental revelada na resistência à tortura?
- E os "Renovadores", (João Amaral, Carlos Brito, etc...) dos quais Daniel Cabrita é apoiante, teriam sido bem tratados?
- Não será devido a atitudes como esta que o PCP não tem uma maior expressão eleitoral?
É pena que assim seja porque um PCP mais forte faz falta no quadro político nacional.
Vidé "Expresso" 28-06-2008













Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social.' 'Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios.'