Miguel Frasquilho foi um dos principais críticos da política económica do Governo sempre que se pronunciou no seu papel de ex-porta voz do PSD para os assuntos económicos.Porém, perante investidores americanos, em plena Bolsa de Nova Iorque e na qualidade de Director Geral da Espírito Santo Research, deu numa de elogiar a economia portuguesa, enfatizando o crescimento das exportações, sublinhando que o deficit e o desemprego se situam abaixo da média europeia e concluindo que Portugal está bem colocado para ter um papel positivo na economia mundial nas próximas décadas.
Será que produziu efeito um eventual puxão de orelhas dado pelo presidente do BES, Ricardo Salgado, quando Frasquilho escreveu no "Wall Street Journal" um artigo a cascar na política fiscal portuguesa?
Não deixa ser curioso a facilidade com que grande parte dos nossos políticos muda de opinião, consoante o quadrante em que se situam e os interesses que representam. Será que esta gente chega a ter convicções ou abdica delas se mais lhes convier?
Não admira pois, a descrença que os cidadãos sentem relativamente aos políticos. Estes indignos comportamentos aqui tipificados através das "duas caras" de Miguel Frasquilho talvez ajudem a explicar o elevado número de abstenções registado nos últimos actos eleitorais.
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