sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

CAVACO INFLUENCIOU ALMUNIA?


O comissário dos Assuntos Económicos Europeus, Joaquim Almunia afirmou que Portugal e Grécia partilham dos mesmos problemas económicos, como a perda de permanente de competitividade e um défice público que não tem origem na crise, mas que é sobretudo estrutural.
Puxando dos galões como professor de economia, Cavaco Silva não gostou da afirmação de Almunia e saiu em defesa dos interesses do nosso país, dizendo que “é também muito importante explicar que o caso português não pode ser comparado ao da Grécia”. “Conheço bem os números e posso dizer aos observadores exteriores que estão errados na análise que têm feito. Posso dizer-lhes que olhem para o nosso país e vejam a sustentabilidade das contas. Portugal tem um défice muito inferior ao do Grécia e sempre foi um cumpridor escrupuloso”.
Puxando a "bobine atrás" todos estarão lembrados, que em 1 de Janeiro último, Cavaco Silva dramatizou a actual situação económica de Portugal, afirmando que a dívida era explosiva. (NB."dívida explosiva" é uma expressão muito usada nos manuais de...economia de guerra).
As consequências das palavras de Cavaco fizeram-se sentir de imediato na avaliação do risco de crédito que as agências de rating fizeram sobre os financiamentos externos a que o Estado Português recorre.
Afinal, passado apenas um mês, o Presidente contradisse-se na resposta à afirmação do comissário europeu, defendendo que a situação económica portuguesa é muito melhor do que a de alguns países europeus. Já não explode na opinião do abalizado professor de economia.
Será que as palavras ditas por Cavaco no primeiro dia do ano contribuiram para que Almunia formasse uma opinião tão negativa sobre a situação do nosso país?
Senhor Presidente, quando nos intervalos de degustação de bolo-rei, abrir a boca para falar, é preciso alguma prudência e caldo de galinha, mesmo que esta seja magra devido à crise que atravessamos.

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