ASSALTOS A RESIDÊNCIAS

Durante a quadra festiva registou-se um "festival" de assaltos a residências - foram algumas dezenas - em vários pontos do país. Os assaltantes aproveitaram o facto das pessoas se ausentarem das suas residências para visitarem familiares e atacaram as casas vazias.
A forma de agir dos assaltantes parece simples mas revela um grau de profissionalismo elevado. Ao que tudo indica, fazem primeiro uma avaliação do local e das potenciais vítimas, registando todas as movimentações e rotinas dos elementos da família. Quando chega a hora de atacar, um dos elementos costuma tocar com insistência às campainhas para se certificar de que não está ninguém na casa alvo e conseguir que alguém do edifício abra a porta da entrada. Já dentro do prédio, pega num pequeno rectângulo de plástico – por norma um cartão multibanco ou um bocado de radiografia – e abre as fechaduras das portas deixadas no trinco.
O "Pai do Bicho" ficou a saber que os cartões multibanco são uma preciosa ferramenta que permite a intrusão na propriedade alheia de onde poderão ser subtraídos bens e dinheiro que se poderão destinar à regularização de dívidas contraídas com os ditos cartões. Se isto não é a quadratura do círculo, estará certamente muito próximo.
No que diz respeito à utilização de radiografias na abertura de portas, o "Pai do Bicho" crê que os seus utilizadores são pessoas doentes que tencionam apenas pedir esmola para custearem despesas de saúde. Como não encontram ninguém em casa, optam pelo "self service", na presunção que os residentes, embora ausentes, gostariam de ter contribuído para ajudar os inesperados visitantes.
Este método de intrusão em casa alheia só pode ser utilizado em residências que não tenham a porta de entrada fechada à chave. É fácil forçar o trinco, com o auxílio de um cartão de plástico ou uma radiografia. Desta forma, os assaltantes conseguem rapidamente, com discrição e sem deixar marcas de arrombamento, entrar no interior e realizar os furtos. Nestes casos as companhias de seguros não cobrem os prejuízos resultantes dos bens furtados, pois só estão cobertos pelas condições gerais das apólices as situações em que se verifiquem arrombamento, escalamento ou uso de chaves falsas .
Não facilitar parece ser a regra para evitar dissabores.

Quer esteja ou não no interior da residência, nunca deixe a porta de entrada apenas fechada no trinco.