segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PIRATAS OU CORSÁRIOS?


O caos grassa na Somália. Nas ruas da capital inúmeras crianças passam fome e mata-se por uma porção de comida enquanto a pirataria ostenta a sua riqueza, produto de assaltos e saques movidos a embarcações que navegam naquela região do Oceano Indico.
Novas mansões são construídas ao lado de barracos com telhado de lata. Cheios de dinheiro, os piratas conduzem carros topo de gama, são donos de parte significativa do comércio local – como hotéis - e dão as melhores festas.
Em 2008, segundo números oficiais somalis, os lucros da pirataria atingiram US$ 50 milhões, tendo sido atacados mais de 75 barcos.
Os piratas usam lanchas rápidas e abordam os barcos invadindo-os através de escadas e às vezes ganchos enferrujados. Quando estão no deck, dominam os tripulantes com armas até que um resgate seja pago, normalmente US$ 1 milhão ou US$ 2 milhões. Na Somália, parece que o crime compensa. Na verdade, é uma das únicas industrias que compensam.
Ao que parece, estes bandidos somalis são apenas piratas e não se conhecem casos de pilhagens encetadas por corsários.
Convém talvez fazer aqui a distinção entre piratas e corsários.
Piratas é o nome dado a ladrões do mar, que roubavam por conta própria.
Eles sulcavam o oceano para assaltar navios e pilhar riquezas. Também atacavam povoações costeiras, onde roubavam tudo o que pudesse ter valor.
A pirataria marítima vem já da antiguidade, tendo sido praticada pelos Fenícios e Gregos. Em tempos mais próximos tornaram-se famosos na pirataria os Normandos e os Muçulmanos (no Mediterrâneo).
Os Corsários eram ladrões que atacavam por mando de reis ou pessoas superiores a eles.
Faziam exactamente a mesma coisa que os piratas mas tinham de prestar contas, entregando uma parte dos produtos roubados.
No seu país eram considerados heróis. Nos outros países eram considerados bandidos da pior espécie.
Quando todos pensávamos que piratas e corsários tinham sido totalmente erradicados dos mares, eis que eles ressurgem na costa oriental de África e...
E em Portugal? Quem são os autores dos casos "Operação Furacão", "Emaudio", "Portucale", "compra de submarinos", Universidade Moderna", "Isaltino Morais", "Apito Dourado", "Freeport", "Siresp", "Fátima Felgueiras", "Bragaparques", "BPN", "BPP", etc... Serão corsários ou piratas? Quem quer que sejam, exercem a sua actividade em terra firme e dificilmente se vislumbra no horizonte que o chão lhes fuja debaixo dos pés.

Sem comentários: