segunda-feira, 6 de julho de 2009

CRISTIANO RONALDO - A FESTA COMEÇOU

Acabei agora de assistir, através da televisão, à apresentação oficial de Cristiano Ronaldo como jogador do Real Madrid.
Foi fantástico ver o Estádio Santiago Barnabeu com uma moldura humana composta por cerca de 80.000 alminhas. Vinte e duas estações de rádio e 55 televisões deram cobertura mediática ao evento. Tudo isto para ver Cristiano Ronaldo durante pouco mais de 15 minutos a agradecer os aplausos que os presentes lhe dedicaram.
É certo que se trata da transferência, por um valor sem precedentes, daquele que na época passada foi considerado o melhor jogador do mundo, mas Cristiano Ronaldo acabou de chegar a Madrid, ainda nem jogou... É a loucura!
Em pleno "franquismo" o Real Madrid era o clube do regime beneficiando de tratamento privilegiado por parte dos governantes. Parece que ainda há poucos anos esse estatuto se mantinha porque o Estado espanhol apoiou este clube madrileno na superação de dívidas. Sendo público que neste momento a dívida do Real Madrid ronda os 700 milhões de euros, parece absurdo este clube continuar a investir elevados montantes como aqueles que acabou de despender com Káká, Cristiano Ronaldo & Cª.. A não ser que continue a contar com os habituais benefícios do poder político, desvirtuando assim as regras da concorrência relativamente aos clubes adversários.
Voltemos ao espectáculo de apresentação do agora CR9; crê-se que a presença daquela multidão em Santiago Barnabéu e os muitos milhões que acompanharam o evento através das rádios e televisões, deve ter uma explicação sociológica. Metaforicamente falando, talvez seja o enterrar da cabeça na areia daqueles que, conscientemente ou não, se querem poupar ao reconhecimento dos graves problemas sócio-económicos que afectam quase todos nós.
Claro que neste processo devemos inocentar Cristiano Ronaldo porque o português apenas vende a sua arte e não tem culpa que outros a comprem por valores desproporcionados. Ao novo "divino" (nome que agora substitui o termo "galáctico") apenas se pede que seja honesto, humilde e profissional para que na hora da despedida, aqueles que neste dia encheram o estádio, não se arrependam da festa que hoje lhe dedicaram.

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