terça-feira, 9 de março de 2010

TIMOR DÁ LIÇÃO A JARDIM

O Conselho de Ministros de Timor-Leste decidiu conceder auxílio às vítimas da Madeira, no montante de 750 mil dólares (556 mil euros), em solidariedade com o arquipélago, na sequência das inundações que atingiram a Região Autónoma da Madeira, provocando dezenas de mortos e avultados prejuízos.
O gesto do Governo de Timor, independentemente do drama que afecta a Madeira, obriga a recordar declarações antigas em sentido contrário. Em Agosto de 1999, quando Timor era palco da destruição provocada pelas milícias pró-Indonésia e em todo o mundo se multiplicavam as manifestações de solidariedade e o envio de ajuda financeira, na Madeira, as posições oficiais foram diferentes.
De férias no Porto Santo, Alberto João Jardim garantiu que a Madeira não daria "um tostão" para Timor e que não admitia que o Estado português "mexesse" nas transferências a que a Região tinha direito. 'Nem um tostão para Timor' foi uma frase que provocou as mais duras reacções, em todo o País.
"A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si", acrescentaria o presidente do Governo Regional, a 29 de Agosto de 1999.

É consolador e até comovente saber que Timor-Leste, um país ainda a nascer e que acumula grandes dificuldades, se dispõe a contribuir para a recuperação da Madeira.
É sempre assim: os pobres são os maiores ricos. A sua generosidade não tem limites. Dão o que têm e o que não têm. Dão não o que sobeja, mas o que lhes falta.
Por isso é que são pobres?

Por isso é que são ricos!

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