quinta-feira, 3 de julho de 2008

EURO 2008 - BALANÇO SINTÉCTICO

Agora que o Euro 2008 já faz parte do passado, impõe-se fazer um breve balanço sobre a forma como decorreu o evento.
Tratou-se de um bom torneio, oferecendo bons espectáculos porque a maior parte das equipas apresentaram um futebol aberto sem o recurso a grandes amarras tácticas e ao anti-jogo.
Disciplinarmente poder-se-à considerar muito aceitável na medida em que não se registaram muitos casos que ferissem a ética desportiva e durante toda a fase final apenas foram exibidos três cartões vermelhos.
Por parte do público e tendo em conta que afluiram aos estádios austro-suíços cerca de um milhão de espectadores, não se registaram incidentes de relevo, apenas alguns adeptos alcoolizados causaram pequenos distúrbios que não mereceram destaque por parte da imprensa.
Os árbitros escolhidos para esta fase final tiveram bons desempenhos, com alguns (poucos) erros de julgamento que continuarão a acontecer enquanto os juízes forem humanos.

A vitória da Espanha parece inquestionável, já que conseguiu aliar um pleno de vitórias a excelentes exibições, com os seus jogadores a exibirem um elevado nível técnico posto ao serviço de uma verdadeira equipa superiormente orientada por um sábio veterano de seu nome Luís Aragonés.
A ausência mais notada foi a selecção de Inglaterra e a grande desilusão terá sido a representação francesa que acusou demasiado a falta de Zidane e o peso da veterania de alguns jogadores. Da Itália esperava-se uma melhor organização defensiva e por isso terá sido meia desilusão. As selecções da Suíça, Áustria, Suécia, Polónia, Grécia, Roménia, República Checa, Croácia situaram-se a um nível mediano. A Holanda teve um início promissor ao qual não deu continuidade. A Rússia não tendo começado bem, acabou por ter uma boa prestação. A Turquia surpreendeu por ter chegado às meias-finais e a Alemanha foi finalista (o que se tornou quase um hábito) mas desta vez vencido e... bem.

E Portugal? Partindo com expectativas muito elevadas chegou aos quartos-de-final. Exibiu-se bem nos dois primeiros jogos, cumpriu calendário no jogo com a Suíça e claudicou irremediavelmente no sector defensivo contra uma Alemanha que em termos de eficácia revelou ser a melhor equipa do torneio.

Muitos críticos de Scolari dirão que com outro seleccionador Portugal teria ido mais longe. É uma afirmação descabida porque não existe termo de comparação. Houve muito folclore e a consequente onda de entusiasmo que se gerou, elevou demasiado a fasquia. Creio que a prestação da equipa portuguesa não desiludiu nem superou as expectativas. Alcançámos o lugar que merecemos e não adianta refugiarmo-nos no velho choradinho luso de nos vitimizarmos das arbitragens, chuva, azar, lesões, etc...
Foi ontem divulgado pela FIFA o novo ranking mundial das selecções de futebol e Portugal classificou-se em 9º. lugar. Pergunta-se: em quantos sectores de actividade se encontra o nosso país melhor classificado?
Em 2012 há mais.

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