Há uma guerra aberta entre João Moutinho e a administração da SAD do Sporting, que tem na base as diferentes leituras que as duas partes fazem de uma cláusula existente no contrato que liga o médio ao clube até 2013, relacionada com todas as propostas que apareçam para a compra do passe do jogador.
Essa cláusula diz que, caso os leões recusem uma proposta de valor igual ou superior a 15 milhões de euros, a administração da SAD fica obrigada a ressarcir o atleta em dez por cento do total do convite.
No passado sábado (dia 19), tal como o Sporting confirmou ontem em comunicado enviado à CMVM, o agente FIFA, Pini Zahavi, simultaneamente empresário de Moutinho e representante do Everton nesta operação, reuniu-se com o administrador da SAD, Miguel Ribeiro Teles, e com o director desportivo Pedro Barbosa, para lhes comunicar que os ingleses tinham a intenção de pagar 15 milhões de euros pelo passe do jogador.
Os leões recusaram e disseram que só aceitavam começar a falar a partir dos 25 milhões de euros, ou seja, o valor constante na cláusula de rescisão — que já não está activa (expirou a 15 de Junho), mas seria válida mediante a existência de um acordo entre as partes para a saída por estes valores.
A partir deste momento, começaram as divergências entre João Moutinho e a administração da sociedade desportiva. O Sporting defende que qualquer proposta feita depois de 15 de Junho «tem de obedecer a determinados requisitos, o que não se verificou». Por outras palavras, o Sporting entende que a proposta dos ingleses teria de ser feita por escrito. O entendimento do jogador e do seu empresário, Pini Zahavi, não é esse. Para ambos, o Everton, que estava oficialmente representado pelo agente FIFA, ofereceu formalmente 15 milhões e, como este convite foi recusado, os leões terão de pagar 1,5 milhões de euros ao jogador, correspondentes aos 10 por cento do valor total da proposta.
Portanto, neste momento, esta é a verba que provoca o desentendimento entre as duas partes e que está na origem do terramoto provocado pelas declarações de João Moutinho no final do encontro com o Blackburn Rovers, nas quais demonstrou a firme intenção de abandonar o Sporting.
Jornal "A BOLA" 28-07-2008
Depois de ler esta notícia, ocorreu-me tecer as seguintes considerações:
- O jogador profissional não é um escravo, tendo por isso todo o direito de mudar de entidade patronal, só que as datas e verbas previstas nos contratos têm que ser respeitadas.
- O empresário israelita Pini Zahavi ao representar simultaneamente o jogador e o clube de Liverpool não poderá ter forjado esta proposta prevendo que a mesma não seria aceite pelo Sporting, obrigando assim o clube de Alvalade a indemnizar João Moutinho e embolsando ele a respectiva comissão?
- Esta estratégia tão bem urdida não terá sido arquitectada durante o almoço que empresário e jogador tiveram com Jorge Nuno Pinto da Costa na passada semana no Hotel Sheraton do Porto?
-Não será este um plano para fragilizar o "balneário" do Sporting através da criação dum conflito com o seu capitão?
- Apesar da sua juventude, João Moutinho já devia estar preparado para este tipo de "ciladas draconianas".
- Espera-se que João Moutinho assente os pés onde sempre os tem tido e não embarque em "judiarias" do Sr. Pini Zahavi, nem em esquemas maquiavélicos do Sr. Pinto da Costa.
- Cabe a João Moutinho mostrar que não está interessado a passar de símbolo do clube a traidor.
- Por enquanto desconhece-se se Moutinho é vítima ou réu.
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