segunda-feira, 7 de julho de 2008

ROMAN ABRAMOVICH


Milionário pagou milhões para obter favores políticos

Patrão do Chelsea admite fraudes

Roman Abramovich, o milionário russo patrão do Chelsea, admitiu o pagamento de largos milhões de dólares em troca de favores políticos e para protecção pessoal com o objectivo de se apropriar da riqueza mineral da antiga União Soviética.
A forma como o outrora comerciante de rua conseguiu construir uma fortuna avaliada em cerca de 11,4 mil milhões de libras (14,4 mil milhões de euros) foi explicada pela primeira vez pelo próprio, em documentos judiciais aos quais o jornal britânico ‘The Times’ teve acesso. Abramovich, de 41 anos, foi forçado a contar como enriqueceu, isto depois de o antigo mentor Boris Berezovsky, de 62 anos – inimigo público do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin –, refugiado no Reino Unido, o ter processado no Tribunal Comercial de Londres e reclamado uma indemnização de quatro mil milhões de dólares (cerca de 2,5 milhões de euros).
Berezovsky diz que Abramovich se tornou num homem de mão do ex-presidente Vladimir Putin recorrendo a ameaças de confiscação – e à prisão de um amigo – para o pressionar a vender ao desbarato acções de antigas empresas estatais. Por seu lado, Abramovich acusa Berezovsky e um oligarca da Geórgia de terem exigido avultadas verbas para o ajudar a sair da obscuridade. O oligarca, Arkady Patarkatsishvili, surge como um intermediário-chave, que fez passar mensagens entre os dois ex-amigos. Abramovich ofereceu-lhe 500 milhões de dólares (318 milhões de euros) em troca de protecção no negócio das siderurgias. Há cinco meses, Patarkatsishvili foi encontrado morto na sua casa de Surrey.
A vasta riqueza de Abramovich tem raízes na petrolífera siberiana Subneft, privatizada em 1995 pelo então presidente russo, Boris Ieltsin, num leilão que alguns especialistas suspeitam ter sido viciado. O patrão do Chelsea admite agora ter feito pagamentos a Berezovsky, então conhecido como padrinho do Kremlin, para garantir o negócio do petróleo e minerais, com os quais alcançou a fabulosa fortuna.


Fonte: "Correio da Manhã" 06-07-2008

1 comentário:

Páscoa disse...

Bom, este ainda admite as vigarices.Por um lado é preciso não ter vergonha, por outro aplaude-se a sinceridade das afirmações, embora superficiais.Aqui se pode constatar também o "oásis" que foi para alguns e a extrema pobreza para outros, alguns dos quais vieram para o nosso país, da dissolução do "monstro" que era para alguns iluminados a antiga URSS.Que me conste ninguém morria á fome, ao contrário do que se passa actualmente.Sinais dos tempos.

Abraço

Páscoa.