
Vi o jogo de Munique pela TV e assisti à 2ª. mão no Estádio de Restelo (note-se que nos últimos quinze anos fui apenas quatro vezes aos estádios de futebol!!!). Em ambos os jogos vi um Belenenses equilibrado, destemido e até ousado, superiorizando-se episodicamente aos alemães em futebol jogado, criando até várias situações de golo. Porém, algumas vedetas do Bayern provocaram alguns desequilíbrios pontuais que adicionados a um grau de eficácia pouco habitual nos nossos estádios, acabaram por ditar o vencedor.
Em oposição à prestação do Belenenses, vimos agora o Sporting defrontar o mesmo adversário adoptando os seus jogadores uma condenável postura, pouco consentânea com os pergaminhos do clube.
Profissionais que auferem salários mensais que correspondem a dezenas e/ou centenas de salários mínimos, entraram em campo já derrotados, denunciando temor pelo adversário, desconcentração, falta de ambição, desorganização e desmotivação. Para quem ganha tanto dinheiro, é exigível muito mais. Comparando a prestação dos dois clubes lisboetas nos confrontos com o Bayern, prova-se que nem sempre as equipas mais dispendiosas obtêm os melhores resultados desportivos. Talvez a explicação para a diferença de atitude e organização entre jogadores azuis e verdes resida em ter ou não Jesus. Não. Não me refiro ao J. Cristo, mas sim a Jorge Jesus que, no meu modesto entendimento, sabe implementar um modelo de jogo, sabe escolher, motivar e tirar rendimento de jogadores tidos como medianos, estuda os adversários, define estratégias e lê bem o jogo. Ele foi o treinador do Belenenses na época passada e este ano já colocou Braga no mapa europeu.
Paulo Bento parece-me um homem honesto, trabalhador e dedicado. Também não duvido que tenha conhecimentos técnicos e perfil para treinar a primeira equipa de futebol do Sporting. Parece-me no entanto, que está a ser vítima da excessiva exposição a que tem sido sujeito pelos dirigentes, porque é o treinador do Sporting que tem respondido pela gestão de conflitos que tem sucedido no seio de equipa de futebol (casos de Carlos Martins, Stojkovic, João Moutinho, Vukcevic, Miguel Veloso e Yannick Djaló), quando, na minha opinião, deveria ser um dirigente a "dar o peito às balas". Paulo Bento parece um homem só, perdido num labirinto. Ele deveria ser protegido pela direcção do clube.
Parece-me injusto que o "desastre" com o Bayern possa pôr em causa o trabalho positivo que Paulo Bento desenvolveu na orientação técnica da equipa de futebol do Sporting. No entanto, o natural desgaste provocado pelas incidências acima referidas, comprometem a sua continuidade no clube para além do final da presente época.
Dito isto, creio que a eleição dos corpos directivos do Sporting deveria ser antecipada criando condições para obter a necessária estabilidade directiva, capacidade organizativa e... recorrer a...JESUS.
Talvez assim aconteça um milagre.
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