
Trata-se, além disso, de dinheiro do Estado. E o dinheiro do Estado, sendo dinheiro de todos, é muitas vezes encarado como dinheiro de ninguém, assim se condescendendo ou desculpando os abusos em que se traduzem muitos privilégios.
Tal como em tempos disse o poeta Manuel Alegre "Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não", Eanes resistiu e não quis receber esta pequena fortuna. Se recebesse os retroactivos a que tem direito ninguém o poderia acusar de desonestidade. Mas ele recusou-a. É uma questão de honra. E, nas questões de honra, não basta apregoá-la, é preciso tê-la, como diz Miguel Sousa Tavares..
Quantos portugueses, políticos ou não, na mesma situação prescindiriam de tanto dinheiro?
Registe-se a lição de ética.
(Suporte informativo: Crónicas de Fernando Madrinha e Miguel Sousa Tavares - Expresso 20-09-2008)
2 comentários:
Amigo Zé, é, de facto, de enaltecer e dar os parabéns a este homem que conduziu os destinos desta Nação durante alguns anos.É de louvar e é uma bofetada sem luva nos abutres que nos cercam e levam o nosso dinheirinho todo, sem mostras de quaisquer escrúpulos.Porém, eu não teria feito o que o General Eanes fez, isto porque, ao não receber essa pequena fortuna, quem vai ficar com ela são os mesmos, aqueles que nos andam a tramar.Eu teria recebido e depois, sim, distribuído por alguém que eu conhecesse e necesitasse.Talvez o nosso General não se tenha apercebido disso.
Um abração
Páscoa.
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